Pegar toda a complexidade de uma pessoa e de seu contexto e reduzi-los a um só aspecto é o que Chimamanda Ngouzi Adichie chama de o perigo da história única. No final da postagem estará o link para a sua fala no TED Talk, onde ela demonstra o poder de uma maior diversificação no mundo cultural como um todo.
Pensando nisso, segue uma lista com autoras e autores nigerianos, de hoje ou do passado, para que possamos plurificar as histórias.
De Achebe a Adichie, descubra escritoras e escritores da Nigéria que marcaram seu nome na literatura do continente e mundial.
O nome de cada livro é um link para a rede social Goodreads relativa a obra em questão, dando mais informação para quem se interessar.
Ayọ̀bámi Adébáyọ̀
Através das suas obras demonstra conflitos, elementos regionais e o interior emocional de seus personagens.
Buchi Emecheta
Influente escritora nigeriana e recém-lançada no Brasil, Buchi Emechete se comprometeu com a correção dos estereótipos da mulher nigeriana e africana, expondo sua realidade diária e a opressão de normas sociais. Sua obra se caracteriza pelo questionamento de temáticas como a educação da mulher, a valorização da maternidade como única preocupação possível e a violência do colonialismo.
Através dos seus textos ela transmite a necessidade de comunicar e atenuar angústias, demonstrando preocupação com a educação e empoderamento da mulher.
Chigozie Obioma

Chimamanda Ngozi Adichie

Não esqueça de ver o TED Talk sobre sua fala sobre o perigo da história única nas fontes abaixo.
Chinua Achebe
Considerado o pai da literatura Africana, Chinua Achebe recusou títulos honorários do governo Nigeriano em protesto com o regime político do seu país. Seu primeiro romance O Mundo se Despedaça revela o choque entre tradições do povo Igbo no sudeste da Nigéria e a colonização europeia. Mesclando a tradição oral com contos populares, seu trabalho é uma junção de culturas, mudanças sociais e a luta de indivíduos para encontrar o seu espaço.
Femi Osofisan
Aborda a questão de gênero e os problemas vividos por mulheres com frequências nas suas obras.
Helon Habila
Ken Saro-Wiwa
Obras: A Month and a DayKen Saro-Wiwa liderava o Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP), que denunciou a “guerra ecológica das multinacionais petrolíferas”, liderada pela Shell, no delta do Níger, e isso o fez perder a vida. Condenado junto com 8 ativistas ao enforcamento por um tribunal militar, gegundo testemunhas, Saro-Wiwa cantou o hino do seu povo quando foi levado para a forca.
Seu livro A Month and a Day, ainda sem tradução para o português é um relato de um esforço anterior para o silenciar, quando ele foi preso em meados de 1993. Ele expõe tanto a experiência da detenção como a história do seu envolvimento com a causa Ogoni. Acabou por ser libertado em resultado de uma intensa pressão internacional, para ser novamente preso no ano seguinte, pouco depois de terminar este livro.
Lola Shoneyin
Lola Shoneyin é uma poetisa e autora nigeriana que construiu uma reputação de aventureira, humorística e franca (muitas vezes classificada no molde feminista), tendo publicado três volumes de poesia.
Os direitos da sua obra The Secret Lives of Baba Segi’s Wives, ainda sem tradução para o português, foram recetemente adquiridos pelo Netflix e serão lançados em formato de série. As lutas, as rivalidades, as intrincadas políticas familiares e a interação de personalidades e relações dentro do complexo mundo privado de uma união poligâmica ganham vida nos seus relatos.
Wole Soyinka
Obras: A Morte e o Cavalo ro Rei, O Leão e a Jóia, É melhor partires de madrugada, AkéVencedor do Nobel de Literatura em 1986, Wole Suyinka é considerado o maior dramaturgo do continente Africano, focando sua obra na opressão e exploração de tiranias políticas mundo afora. Seu trabalho trata do que ele chama de “o coturno opressivo e a irrelevância da cor do pé que a calça”, e por sua forma de pensar e se expressar tem sofrido com ameaças, especialmente durante governos ditatoriais.